Dia de Luta – 400 protestam contra Belo Monte em Altamira

16 de março de 2012 at 12:31 pm Deixe um comentário

 

Movimento Xingu Vivo Para Sempre
São Paulo tem “ato cênico”

Cerca de 400 pessoas protestaram contra a construção da Usina Hidrelétrica Belo Monte, em Altamira, no Pará, no dia internacional de luta contra barragens. A marcha, inserida no calendário nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e construída localmente com o Movimento Xingu Vivo Para Sempre, contou com a participação de atingidos de toda a região, além de militantes  de Tucuruí e Itaituba.

O ato foi pacífico, mas acompanhado ostensivamente por policiais militares e a Tropa de Choque (ROTAM), em picapes 4×4 e um helicóptero alugado pela Norte Energia para usa da polícia e Defesa Civil na cidade. Um ônibus do Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM) – conglomerado liderado pela construtora Andrade Gutierrez, responsável pelas obras -, cedido à policia de choque, escoltou  a marcha durante todo o trajeto.

A manifestação teve início no Fórum da cidade, para pressionar por celeridade nos processos judiciais relacionados a Belo Monte e, em especial, o caso do agricultor Seu Sebastião, que foi expulso de sua terra, teve toda sua plantação destruída pela Norte Energia e ainda não recebeu nenhuma indenização.

Os manifestantes passaram também pela Centrais Elétricas do Pará (CELPA), distribuidora de energia à beira da falência, cujos trabalhadores recentemente estiveram em greve. Lideranças sindicais urbanitárias fizeram falas contrárias à Belo Monte e em defesa da reestatização do sistema de distribuição de energia.

Em seguida, a marcha parou na frente da Justiça Federal, onde foram lidos os nomes de todos os juízes que “assinaram a morte do rio Xingu” e exigido o julgamento das Ações Civis Públicas (ACPs) travadas na Justiça. No ponto alto da manifestação, seu Sebastião tomou o microfone e exigiu justiça para ele, sua família e todos os atingidos por Belo Monte.

A manifestação terminou às portas de um dos escritórios da Norte Energia, responsável pela construção da usina. Os manifestantes exigiram que a empresa recebesse uma pauta de reivindicações dos atingidos, que foi entregue em reunião com a concessionária à tarde.

São Paulo
Pequeno mas aguerrido, o grupo de ativistas independentes que organizou um protesto em frente ao prédio da Eletronorte na Avenida Paulista, em São Paulo, panfletou contra Belo Monte mascarado de Dilma e vestido de BNDES e Camargo Correia.

A ação performática, que reuniu cerca de 20 pessoas, teve como alvo principal os transeuntes que deixavam o trabalho por volta das 17h. Com panfletos, brincadeiras e simpatia, os manifestantes pediam dinheiro para a construção de Belo Monte, explicando que, depois da promessa de repasse de cerca de 25 bilhões do BNDES para a Norte Energia, insuficientes para fazer a usina, era necessário que o cidadão contribuísse diretamente com um pouco mais. “Você já está pagando 25 milhões, o que custa dar mais um trocado”, questionavam quem topasse parar pra conversar.

O ato também contou com pequenas esquetes teatrais, representando a confraternização e a troca de dinheiro entre a empreiteira, a presidente e o banco, e a violência contra os agricultores despejados por Belo Monte.

Por fim, um “embate físico” das construtoras, financiadoras e governo contra os rios Xingu, Tapajós, os povos ribeirinhos, populações indígenas e a floresta Amazônica, culminando na “morte” de manifestantes caracterizados de rios, povos e florestas.

Os cadáveres, colocados na frente do prédio, na calçada da Av.Paulista, foram marcados com tinta branca, em memória e protesto contra a construção da Usina de Belo Monte. Na avaliação dos ativistas, o ato foi bastante efetivo. “Muitas pessoas dialogaram com o movimento, e algumas até se integraram à distribuição dos panfletos e na conversa com os que passavam”.

Ruy Sposati – Fotos: Ruy Sposati (Altamira) e Verena Glass e Juliana Bruce (São Paulo).

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